Durante mais de uma década, vivenciei a angustiante sensação de abrigar algo avassalador dentro de mim. Os sintomas do pânico dominavam minha vida, fazendo-me sentir como um estranho em meu próprio corpo. Inadvertidamente, eu havia criado esse “monstro”. Minha jornada se desdobrou em sessões de psicoterapia, onde duas versões de mim competiam: o Fábio verdadeiro, buscando respostas, e um Fábio desgastado, enfrentando crises debilitantes. Experimentei dores profundas, sentindo que a dor emanava da alma.

Abandonei medicamentos, acreditando que estava livre das crises, mas elas retornaram com maior intensidade. Busquei ajuda médica, onde um médico sábio me disse que a verdadeira solução estava dentro de mim, não em recursos externos. A mudança interna era essencial, pois medicamentos e terapias seriam apenas muletas. Essa conversa marcou o início da minha visão sobre a síndrome do pânico como um processo de cura, não uma doença. Compreendi a necessidade de desconstruir minha realidade e meus padrões mentais para alcançar a plenitude da saúde. Era hora de virar o jogo.